Psicologia Sistêmica



As origens da Teoria Sistêmica encontram-se na física quântica, a partir da mudança na visão de mundo, onde se passou da concepção linear-mecanicista de Descartes e Newton para uma visão holística e ecológica, em que o universo é visto como uma teia dinâmica de eventos inter-relacionados. Neste novo paradigma, nenhuma das propriedades de qualquer parte dessa teia é fundamental, todas elas decorrem das propriedades das outras partes do todo, e a coerência total de suas inter-relações determina a estrutura da teia (Capra, 1982). Estando divida em Teoria Geral dos Sistemas, Cibernética de Primeira ordem e Cibernética de Segunda ordem, uma organicista e outra mecanicista. A tendência mecanicista se relaciona a técnicas de controle, automatização, inovações tecnológicas, já a tendência organicista parte de um princípio de que um “organismo é algo organizado”, trata-se de especificar as leis de funcionamento desse tipo de sistema. Os terapeutas da Primeira Cibernética eram mais diretivos, pois planejavam ativamente suas estratégias e ações. Segundo Filomeno (2002, p. 14), estes tinham “como objetivo definir o problema de forma clara e aplicar técnicas para a eliminação ou redução do problema ou sintoma apresentado pela família, pois os sintomas são considerados, nesta época uma ameaça de desequilíbrio”. No entanto, depois de algum tempo do tratamento, muitas famílias voltavam a fazer sintomas em busca da sua homeostase conforme se acreditava. Surge então, a chamada Segunda Cibernética que não possui o foco no sintoma, pois acredita que este surge apenas para identificar que algo não vai bem na família.
Na Cibernética de Segunda Ordem surge a noção de auto-referência, ou seja, a idéia de que o observador está inserido na observação que realiza, pois aquele que descreve suas observações, descreve a respeito de si. Segundo Filomeno (2002, p. 22), “quem traz esta idéia é a Cibernética de Segunda Ordem e o Construtivismo e Construcionismo Social, que veio dar consistência ao pensamento Cibernético”.
Portanto, o foco da teoria sistêmica está nas relações, e a proposta terapêutica é trabalhar com todos os membros da família juntamente. Uma vez que se entende a família como um sistema de interação, em que cada um dos seus membros tem responsabilidades e funções a desempenhar, criando assim um jogo de interdependência e interrelação, seria então contraditório pensar que somente um membro esta “doente”.
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